Vi quando os fogos ascenderam aos céus. Vi seus brilhos mágicos dando vida à noite.

Luziam cores no vácuo das sombras.

Era pra nos fazer acordar?

Fizeram os homens os fogos para estes, nos corações ofuscados, acender esperanças? Era para que eles, tão luzes, luzissem sonhos e votos?

Cada desenho formado tinha o dom de tatuar em almas cansadas desejos recém paridos de novos modos de se irmanarem?

Como se cumprimentam e disputam as luzes dos fogos sem que uma apague o lume da antes?

Era por promessas de vida e não morte que nasciam estrelas nos céus onde antes nem a lua se viam? (a noite era fria).

Se fora esta a intenção, não sei. Desde sempre amei os fogos. Só não lhes via serventia, senão para a poesia.

Versos estes que conversam com as luzes e estrelas e àquelas indaga:

Eis o homem: esse ser paradoxal,

Que veio da ameba e se tornou colossal.

Inventa brilhos tamanhos, fabrica luzes e sonhos,

E não acendeu ainda, sua alma imortal!

 

Helena Morais é uma dessas almas sensíveis perdidas pelos cantos da vida. Sensíveis e apaixonadas, no seu caso pela poesia, pela literatura e pelas histórias. Apaixonada por seu jeito todo próprio de ver e escrever o mundo. Aproveitem este pedacinho de sua obra que eventualmente poderá ser vista também aqui: https://www.facebook.com/groups/escritorescriativos/