O mês do rock proporciona uma série de eventos que giram em torno do amado gênero. Não que em outros momentos não ocorra isso, pois uma das virtudes gaudérias é a nossa alma rock, o que garante todo um ano bemn’roll, contudo a intensiva desta época é muitíssima bem vinda.

plus de julho -o Dia Mundial do Rock- acontece no dia 13 e em 2007 caiu em plena sexta-feira: alguém aí já ouviu falar que o diabo é o pai do rock? Melhor não arriscar… O tal Dia do Rock surgiu em 1985, com o histórico show Live-Aid (Ajuda ao vivo), onde subiram ao palco Mick Jaeger, Madonna, Bowie, U2, Jimmy Page e Robert Plant entre outros e rolou simultaneamente em Londres, na Inglaterra e na Filadélfia arrecadando setenta milhões de dólares revertidos em ajuda para as desamparadas vítimas da avassaladora seca que assolava a África. Vinte e dois anos depois é o Live Earth que abre os trabalhos. É o rock também na batalha em mostrar à galera as mazelas que passamos por culpa de nós mesmos.

Louváveis ações rolando, porém o que a gente quer mesmo é curtir um som. Preferencialmente bom. Nos jogamos para o Teatro Bruno Kiefer a fim de conferir a segunda noite do Guerrilha Rocker (dias 04 e 11). A iniciativa é de Jerônimo Bocudo (Locomotores, formada por experientes músicos e está lançando seu primeiro disco nesta semana julhina), surgiu da necessidade de espaço para talentos desenvolverem seu trabalho, interagir a troca de informações e mobilizar um novo olhar sobre o processo da música independente. Além de quatro shows por dia, que mobilizou bandas de diversas regiões do estado e Santa Catarina: Laranja Freak, Severo em Marcha, Variantes (Chapecó), Dinartes (Passo Fundo) e Tapete Persa (Gravataí), além da badalada ‘Os Efervescentes’. Destaque para a baita energia e o som pegado dos Variantes, que fizeram um show redondo e empolgante por demais. E por que ‘Guerrilha Rocker’? Bocudo explica: “Nossas armas são os instrumentos e a música a munição”. Bacana. A próxima edição já está confirmada e vai rolar nos dias 7 e 14 de novembro de 2007, novamente na Casa de Cultura Mário Quintana.

No tal Dia Mundial lá vamos nós para o galpão do Pepsi On Stage, onde acontecia a estréia do Circuito Rock, que para o bem de nossos ouvidos recebeu um mínimo de tratamento acústico desde o Tim Festival. Parabéns para a ação da Brigada Militar que realmente protege e inibiu a ação de flanelinhas e outros camaradas mais ostensivos. Chegamos e Wander Wildner dilacerava um bom show, deixando no ponto a galera para o Ira! que vem realizando  turnê de divulgação de seu ‘Invisível DJ’, que sonoramente marca a experimentação de ritmos e abusa da percussão. A banda, com quase trinta anos de estrada, sobe ao palco e Nasi de cara convoca o povo, que estava separado por grades para invadirem o trecho tal de ‘vip’ logo a frente do palco. Pediu desculpas a produção (e aos que haviam pago a mais, ora pois) mas explicou que era dia de comemoração. Ok, desculpado. Enjoy! O show como de esperar foi clássico. No set, as conhecidas de longa data e as bem-vindas novidades, ‘Eu vou tentar’, ‘O Girassol’, ‘Eu quero sempre mais’, ‘Envelheço na Cidade’ e ‘Bebendo Vinho’, estas duas últimas Nasi divide os vocais com Wander. Aliás, Nasi tava com um performance que há tempos não via, além de estar mais magro. Confesso que não simpatizava muito com Scandurra, mas neste show vi que o cara além de ser baita músico obviamente tem um carisma espetacular, além de entrar em êxtase com seus sintetizadores. Ponto!

Mas a medalha de ouro da semana rocker foi sem dúvida o show explosivo da TNT, na lotada Dado Tambor, dia 12, véspera do aniversário do amigo Rock. Comemorando os vinte anos de estrada. Repleta de confirmadas que embalaram a nossa adolescência, não teve como ficar parada. A galera soltou a goela com hits que foi de ‘Debbie’. Sob Céu de Blues’, ‘Ana Banana’, ‘Charles Master’ e terminou com ‘Cachorro Louco’ que o povo implorou para que tocassem. Animada, Eveline Moraes, 25 anos, comemorava animada a volta da histórica TNT, ‘Está sendo maravilhoso’, diz.
A semana ainda contou com a terceira edição do Gig Rock, com uma programação intensa dividida em três locais, traz 16 bandas da cena independente gaúcha, palestras, workshops de produção musical e videoclipes, bate-papo com nomes importantes da cena, exposição de fotos, projeções de videoclipes e outros vídeos.
É a festa do rock mostrando que não só terninhos brecholentos que o estilo vive, mas também de muita informação e cultura.

Let’s Rock!

 

Por Grace de Cordova – Fotos Paula Gonzalez