Já assistiu à campanha A Generous World, da Coca-Cola?

Ela foi compartilhada por um colega de trabalho e fez sucesso entre nós. Isso me fez refletir sobre uma coisa óbvia, mas que a gente, que lida com criatividade, precisa relembrar de vez em quando:


Campanhas de sucesso são lindas, mas o que rolou até elas se tornarem… campanhas de sucesso?

Falamos sobre uma coisa que quase todo criativo já se condicionou a enfrentar: o medo que breca a inovação. Pode vir do cliente ou da própria equipe, mas a questão é: quantas boas ideias já caíram por conta disso?

Muitas marcas têm dado bons exemplos de como responder ao novo (?) desafio de vender uma ideia de maneira mais humanizada e autêntica, mas ainda tem muito gesso que precisa ser quebrado por aí — e por coisa boba.

É inevitável: boas ideias envolvem riscos.

O problema é quando tudo vira empecilho e é rejeitado por medos que não têm razão de ser. Essas barreiras precisam ser quebradas se se quiser fazer algo realmente bom e inovador, menos goela-abaixo.

A campanha da Coca-Cola conquista porque, mais que transmitir uma boa mensagem, faz isso com irreverência e bom humor. Em tradução livre, diz:

Não importa o que a vida tenha aprontado contigo, sempre vai haver alguém por aí que precisa de uma Coca mais do que você. Compartilhe a sua!

Quantos clientes não seriam capazes de rejeitar uma ideia semelhante à do filme argumentando que ela poderia associar a marca a algo negativo? Quantos colegas, condicionados por essa situação, não fariam o mesmo?

É ridículo, mas acontece. Por isso, por mais óbvio que pareça, é bom relembrar: ou damos espaço para as boas ideias, ou vamos seguir deixando de produzir coisas fantásticas.

O medo pode até dar alguma sensação de segurança, mas na dose errada também nos limita ao medíocre, ao mediano. É preciso coragem para se perguntar mais vezes: o que rolou antes de esses caras chegarem até aqui?