Garoto que cresceu ao som da guitarra baiana e à base de choque de trio elétrico em dia de chuva, Pedro Baby encerrou o segundo (ou seria terceiro) dia de Humaitá Pra Peixe desfilando a tradição da baianidade eletrificada. A formação que o filho de Baby e Pepeu levou para o Sérgio Porto é a mesma que gravou e se apresentou com Preta Gil em seu primeiro disco “Pret à Porter”: Gil (bateria) e Betão (baixo e guitarras), filhos de Paulinho Boca de Cantor, João Donatinho (teclados), filho de João Donato, André Gomes (baixo) e, claro, Preta Gil emprestando voz em participação especial que durou meio show.
A família Baby, Pepeu e SNZ baixou em peso no Humaitá para ver a apresentação. E se filho de baiano, baininho é, Pedro e banda, uma quase reunião da molecada que pulava amarelinha no sítio dos Novos Baianos em Jacarepaguá, mostraram uma pegada pop carregada no dendê. Com meio show encaminhado, abaixaram a bola para levar duas canções bem sonolentas que dispersaram o público. Logo emendaram em “Andaraí”,faixa que abre o disco de Preta.
Voltaram com mais pop baiano funkeado e Pedro evocou a presença das irmãs de nome esquisito das quais é impossível abstrair. “Velha Infância”, música
Tribalista de autoria de Pedro, Davi Moaraes, Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown, bateu meio torto no ouvido. Pedro encerrou repetindo aquela que parece ser sua música de trabalho, com levada boa, refrão grudento e pegada forte, característica da banda que pode aparecer com coisas mais legais num futuro bem próximo. (LL)
China deixa saudade do Sheik Tosado no Humaitá pra Peixe
China é ex-vocalista de uma banda que tinha tudo para acontecer nacionalmente, o Sheik Tosado. Lembro como se fosse ontem ele comandando uma multidão no Abril Pro Rock, em Recife, de 2000. O show no segundo dia da décima edição do Humaitá Pra Peixe foi uma prévia do que está para vir no disco “Um Só”, seu cd solo a ser lançado pelo selo Cardume em março. China não deixou de lado sua animação contagiante, pulando pra cá e pra lá sem parar, para desespero dos fotógrafos e cinegrafistas. Bem mais calmo do que no Sheik, musicalmente falando, o cantor mostrou a mistura de bossa furiosa com samba, hardcore e (pouco) de maracatu. “Um Só”, “Ultravioleta” e “Ainda Esquento o Barracão” foram algumas das músicas que empolgaram uma parte do Sérgio Porto – a outra aderiu ao sacolejo de Pedro Baby.
O show contou com as participações de uma cinegrafista nos vocais de uma música (!!) e da musa Bianca Jhordão no theremin, aquele instrumento esquisito que funciona a base de vibrações. A banda de China, excelente, era formada por Rafael Crespo (do Planet Hemp), Maurício Chiari (bateria), Rafael Pirulito (baixo) e Chico Moreira (teclados). Tudo bem que não foi uma apresentação á altura de sua ex-banda, mas o cara tem tudo pra chegar lá. (JV)
Por Joca Vidal e Leo Lima
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