Reconhecida como síndrome em meados dos anos 80, a AIDS ou SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, em português) se mostrou como uma doença devastadora, que matava rapidamente, gerou preconceito generalizado que se apresenta até os dias de hoje e que provocou o surgimento de teorias e crendices que a ciência ainda tem dificuldades em derrubar, não devido aos resultados alcançados, mas sim devido à ausência de conhecimento da população a respeito da mesma. Transmitida principalmente através da relação sexual desprotegida e compartilhamento de seringas, a AIDS é capaz de se esconder por anos no corpo do hospedeiro, minando as defesas do organismo e permitindo a infecção e desenvolvimento das chamadas doenças oportunistas.
O primeiro caso de HIV devidamente comprovado é de um marinheiro que apresentara sintomas semelhantes aos da AIDS e morreu na década de 60. Análises dos seus restos mortais provaram a existência do vírus no corpo do mesmo, provando não somente que a AIDS não é uma doença tão recente quanto se acreditava, mas também que outras pessoas em diferentes épocas podem ter desenvolvido a doença e ido a óbito sem serem devidamente diagnosticadas, já que a medicina não era tão avançada quanto nos anos 80/90. Muitos pesquisadores acreditam que a doença já provocara mortes no início dos anos 20 do século passado. Há cientistas que sustentam a teoria que o HIV foi passado para o ser humano pelo macaco, já que vários grupos na África Ocidental se alimentavam deles. Os macacos possuem o SIV, que é similar ao HIV, e que este último seria uma mutação do primeiro.
De lá para cá muita coisa mudou. Enquanto nos anos 80 quem era diagnosticado com a doença já imaginava a figura da morte com a foice atrás dela e uma ampulheta contando o seu tempo restante de vida, hoje um portador do vírus HIV pode levar uma vida normal e com mais qualidade devido a retrovirais como o AZT, DDI e DDC. Esses medicamentos são doados gratuitamente no Brasil e são responsáveis por controlar a replicação e consequente imunossupressão causada pela AIDS.
Segundo a ONU, há mais de 34 milhões de pessoas infectadas com o vírus no mundo inteiro. No Brasil, surgem 38 mil casos a cada ano e uma média de 11 mil mortes são causadas pelo vírus, sendo a região sudeste a que possui o maior número de pessoas infectadas. Em escala mundial, somente o continente africano abriga 22 milhões das 34 milhões de pessoas infectadas. Olhando a população mundial como um todo, um total de 7 bilhões, ter cerca de 34 milhões dela infectadas dá a falsa impressão que é difícil se infectar com o vírus; já que existem mais pessoas não contaminadas que contaminadas, seria como a possibilidade de ganhar na mega sena. Porém as coisas não funcionam bem assim: levando em consideração as pessoas que estão infectadas e não sabem, ter sexo sem camisinha, principal forma de se proteger da doença, é como brincar de roleta russa com um revólver em que não se sabe quantas balas tem no tambor: pode-se ser alvejado quando menos se espera. Por isso, mesmo com todos os avanços ocorridos no tratamento da doença, o sexo seguro é a melhor forma de evitar a infecção.
AIDS – Em Busca da Cura
Apesar de não se poder falar em cura até os dias atuais, o cenário é extremamente promissor. (Vacina anti hiv da USP passa em teste inicial com macacos) Já existem casos de possíveis curas esterilizantes, que é aquela que remove o vírus completamente, através de transplante de medula óssea. O caso mais notável é o Timothy Ray, que desenvolveu leucemia depois que aAIDS já havia se manifestado e recebeu a medula de uma pessoa que tinha mutação na proteína CCR5. Esta proteína é o que o vírus usa como elo entre o seu código genético e interior dos glóbulos brancos, que são as células de defesa. As pessoas que possuem mutação eliminam o CCR5 das células, sendo impossível serem infectadas. Ao receber o transplante, o sistema imunológico de Timothy foi trocado completamente, o que impediu a infecção das novas células de defesa. Apenas 1% de toda a população mundial possui essa mutação. Com exceção dos X-men, todas as outras pessoas devem fazer sexo com proteção para evitar uma possível contaminação por HIV.
Com base nestes, e outros resultados, os médicos e pesquisadores buscam a simulação desta mutação em pessoas sem os genes específicos para tal e a criação de uma possível vacina que, apesar de distante, seria crucial para parar o processo de contaminação e desenvolvimento da AIDS em todo o mundo.
Andre Barbosa
O desejo por novidade e por conhecer sempre mais sobre o comportamento humano é o que move esse publicitário carioca, que já mora em Porto Alegre há duas décadas.
Você também vai gostar de ler...
25 de março de 2022
How to Trust your Intuition when You’re Making a Decision
When you are alone for days or weeks at…
18 de março de 2021
Capture the Beauty of Nature through Photography
Talking to randos is the norm. I’ll…
3 de março de 2021
I Like Keep Things Simple to Appreciate the Details
After designing my ideal week, I had a…