A um tempo atrás eu vivi num casamento que estava se tornando um tormento pra mim e pro meu marido da época. Claro que como todo homem ele jamais colocaria um ponto final naquela situação; no máximo poderia por um ponto e vírgula (desculpa aí ,rapazes). Mas, enfim, o casamento tava uma droga, o trabalho se tornou uma droga, na família as coisas também não andavam bem. Resumindo: a vida se transformou numa grande merda.
E no meio daquele furacão foi que eu criei a teoria do nó. Ela está fundamentada da seguinte forma: a vida da gente é como uma corda esticada com alguns nós separados entre si. Cada um desses nós representa um aspecto da vida cujo tamanho pode variar de acordo com a prioridade que se estabelece. No meu caso naquela época, o nó maior era o do casamento. Mas tinha o nó do trabalho que era de tamanho médio, o nó da família de tamanho considerável, o nó das amizades, o da espiritualidade, das finanças. Cada um ocupando o seu espaço delimitado na corda.
Até que um belo dia, um nó se torna muito maior e acaba se enredando com os demais e a corda se transforma num emaranhado tão confuso e caótico que fica quase impossível saber por onde começar a desatar. Aliás, parece impossível acreditar que um dia aquilo será de fato desatado e tudo voltará ao seu devido lugar sem dramas. Nessa hora é preciso ter a paciência de um monge e a consciência bem resolvida pra saber que o nó maior é que precisa ser desfeito primeiro.E então chega o momento de arregaçar as mangas, respirar muito fundo e começar o árduo trabalho de desconstruir aquela confusão. É difícil, toma tempo, mas no final sempre dá certo. Porque desfazendo o nó maior, os outros todos automaticamente se desfazem também e pouco a pouco começam a voltar para os seus respectivos espaços. Claro que a corda não fica esticadinha de novo como se nada tivesse acontecido; é necessário dar tempo ao tempo para que ela se recupere do trauma e volte ao seu estado normal.
Por Menina de Ar ( http://meninadear.blogspot.com.br )